A carga - Mary Westmacott
Mary Westmacott é um pseudônimo da conceituada autora. Um pseudônimo que, na minha opinião, deixou muito a desejar em todos os dois livros que eu me atrevi a ler.
O primeiro livro foi "A ausência" e, mais tarde, acabou se transfomando num dos dois livros que eu abandonei. (O outro foi "50 tons de cinza")
O problema foi que nas cinquenta e poucas páginas que eu li não havia nada. A protagonista apenas relembra fatos sobre sua vida e faz uma espécie de autoanálise ofuscada pelo seu orgulho. Chato e entediante.
Em "A carga" acontece algo diferente. Mas é tão tedioso quanto. Ou mais.
O problema é que a Agatha insiste em explicar a vida de cada personagem nos mínimos detalhes. Não que isso seja uma coisa ruim, mas, do jeito que ela explica, se transforma numa coisa muito ruim.
A primeira parte é sobre Laura, a personagem principal. Agatha narra a história da menina desprezada pelos pais por causa da morte do irmão, Charles; o ódio que ela sentiu pela irmã mais nova ao ponto de querer matá-la e depois o amor incondicional por Shirley.
A segunda é sobre Shirley. O casamento com Henry, a paixão por Richard e então a invalidez do marido.
A terceira parte, e meio sem nexo, é sobre a vida de um homem que conhece Richard, então casado com Shirley, e chega a conhecer Laura, que se culpa pela morte da irmã.
E o romance, prometido na sinopse, acontece por volta da página cento e sessenta, já no final do livro. Além de ser ridiculamente previsível.
Na quarta parte que narra o encontro de Laura com o "amor da sua vida" que, por causa de uma visão no meio do deserto, também a ama.
Não fez sentido para mim ela amar o cara dois segundos depois de conhecê-lo. Talvez Anastasia Steele e Bella Swan tenham sido inspiradas em Laura Franklin... Não sei.
Não é uma história completamente sem sentido - todos os acontecimentos estão interligados -, mas falta algo. Depois de estender tanto as três primeiras partes que levam à quarta, Agatha não escreveu muito sobre o romance em si. Apenas o drama da vida dos personagens e só. E nenhum desfecho definido. Acho que por isso fiquei um tanto quanto incomodada. Informação demais que acaba por não levar à nada.
O estranho foi isso ter me incomodado tanto. Eu, geralmente, adoro finais abertos, mas esse indicava que tudo seria perfeitamente finalizado. Uma promessa não cumprida, eu diria. Nem de longe pode ser comparado com a famosa série do Poirot.
B i a n c a P o n t e s
0 comentários :
Postar um comentário