À beira do apocalipse - Resenha

25/06/2015

À beira do apocalipse - Resenha


Tendo como pano de fundo uma crise mundial para mostrar que é preciso confiar e acreditar em Deus, Tim Lahaye e Craig Parshall conseguiram chamar nossa atenção para os problemas que a mídia pode causar e, mais ainda, para o incrível enredo que criaram.

Joshua Jordan é um fabricante de armas que acaba se encrencando com o governo quando salva a cidade de Nova York de um ataque por míssil norte coreano. E ai começa o drama entre governo norte americano, terrorista maníaco em solo nacional, milhares de pessoas interessadas no dinheiro que uma nova tecnologia pode fornecer, uma vice presidente gananciosa e um grupo de patriotas que só querem o melhor para o país.

Basicamente, é isso o que acontece em setenta e cinco por cento do livro. No meio da crise que tem nosso protagonista como centro, Abby, sua esposa, o apresenta a um pastor que acaba ganhando a confiança do veterano. Mesmo com as ideias sobre Jesus e a salvação, coisas que Jordan não gosta muito, o religioso conseguiu captar a atenção do homem.

Mas não. Não é um livro sobre religião. E nem é um livro como “A cabana” – que também não é sobre religião. É um suspense, é uma ficção. Que explora diversos aspectos íntimos de alguns personagens. E eu acho que foi justamente esse o erro que os autores cometeram. Ao mesmo tempo em que tem informação demais, tem pouca coisa importante sendo explorada. Poderia ser um puta suspense com drama psicológico e ficção científica no meio, mas se transformou num suspense que tenta convencer o leitor a fazer alguma coisa que não fica muito clara no meio daquele fuzuê todo.

Sinto que eu entendi a mensagem. Em compensação, sinto que a mensagem não foi passada convincentemente. Senti falta de ver mais de Tulrude e Galagher, senti falta dos jogos de poderes que seriam previsíveis numa situação como a retratada no livro. Senti falta até mesmo do campo espiritual envolvido e de entender – ou não – Zimler mais profundamente. Senti falta de algo que deixaria o livro na minha lista de “fantásticos”.

A narrativa é chata em alguns momentos e tem repetição de expressões excessivas. Elas me incomodaram em partes isoladas, mas me incomodaram.

Em compensação, as últimas páginas são eletrizantes. E o final é aquele tipo de final aberto que tudo o que nos faz querer é uma continuação. Mas é só o final. E não adianta muita coisa quando só o final é brilhante.

0 comentários :

Postar um comentário