À beira do apocalipse - Resenha
Tendo como pano de fundo uma
crise mundial para mostrar que é preciso confiar e acreditar em Deus, Tim Lahaye e
Craig Parshall conseguiram chamar nossa atenção para os problemas que a mídia pode
causar e, mais ainda, para o incrível enredo que criaram.
Joshua Jordan é um
fabricante de armas que acaba se encrencando com o governo quando salva a
cidade de Nova York de um ataque por míssil norte coreano. E ai começa o drama
entre governo norte americano, terrorista maníaco em solo nacional, milhares de
pessoas interessadas no dinheiro que uma nova tecnologia pode fornecer, uma
vice presidente gananciosa e um grupo de patriotas que só querem o melhor para
o país.
Basicamente, é isso o que
acontece em setenta e cinco por cento do livro. No meio da crise que tem nosso
protagonista como centro, Abby, sua esposa, o apresenta a um pastor que acaba ganhando
a confiança do veterano. Mesmo com as ideias sobre Jesus e a salvação, coisas
que Jordan não gosta muito, o religioso conseguiu captar a atenção do homem.
Mas não. Não é um livro
sobre religião. E nem é um livro como “A cabana” – que também não é sobre
religião. É um suspense, é uma ficção. Que explora diversos aspectos íntimos de
alguns personagens. E eu acho que foi justamente esse o erro que os autores
cometeram. Ao mesmo tempo em que tem informação demais, tem pouca coisa
importante sendo explorada. Poderia ser um puta suspense com drama psicológico
e ficção científica no meio, mas se transformou num suspense que tenta
convencer o leitor a fazer alguma coisa que não fica muito clara no meio daquele
fuzuê todo.
Sinto que eu entendi a
mensagem. Em compensação, sinto que a mensagem não foi passada
convincentemente. Senti falta de ver mais de Tulrude e Galagher, senti falta
dos jogos de poderes que seriam previsíveis numa situação como a retratada no
livro. Senti falta até mesmo do campo espiritual envolvido e de entender – ou não
– Zimler mais profundamente. Senti falta de algo que deixaria o livro na minha
lista de “fantásticos”.
A narrativa é chata em
alguns momentos e tem repetição de expressões excessivas. Elas me incomodaram
em partes isoladas, mas me incomodaram.
Em compensação, as últimas
páginas são eletrizantes. E o final é aquele tipo de final aberto que tudo o
que nos faz querer é uma continuação. Mas é só o final. E não adianta muita
coisa quando só o final é brilhante.
0 comentários :
Postar um comentário